"Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada,
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles.
Porque amo infinitamente o finito."

Fernando Pessoa

" Saí do comboio
Disse adeus ao companheiro de viagem
Tinhamos estado dezoito horas juntos.
A conversa agradável,
A fraternidade da viagem,
Tive pena de sair do comboio, de o deixar
Amigo casual cujo nome nunca soube.
Meus olhos, senti-os, marejarem-se de lágrimas..
Toda a despedida é uma morte.
Nós, o comboio a que chamamos vida
Somos todos casuais uns para os outros,
E temos todos pena quando por fim desembarcamos (...) "

Álvaro de Campos

Serás algum dia alcançável?
Poderás tu algum dia chegar a mim?
Fantasia...

Quero mostrar-te quem sou como nunca mostrei a ninguém...
Acima de tudo quero sentir-te e descobrir-te
Tenho medo, receio...
Quero saber quem és, mas ao mesmo tempo tenho medo de me dar a descobrir
Que irás tu pensar?
A cada dia que passa, a vontade aumenta...
És uma descoberta para mim, algo de novo
Despertas em mim algo que nunca ninguém despertou
És diferente, e isso fascina-me
Afinal quem serás tu? Realidade ou mera ilusão?

This is me - Skye Sweetnam

Everyone has got a secret side
A winding path that's through
A door that's open wide
You think you know me
But I'm changing all the time

Because if I wanna be sweet
If I wanna be wild
If I wanna cry like a child
If I pick up the world
In the palm of my handI
guess that's just who I am

This is me, can't ignore it
Reaching out, breaking free
Constantly falling forward
Yeah, I'm just going for it
This is me

Sometimes life is a confusing thing
When I talk it seems like no one's listening
Try to be an angel, but I just can't find my wings

'Cause I wanna be sweet
But I wanna be wild
And I wanna find my own style
So I make a mistake, then I do it again
But I do it the best that I can

More than what you see
Find out who I can be...

Can't ignore it...
Breaking free...
Falling forward
Yeah, I'm just going for it
This is me

Aviso

Ouvir “Orgulho-me de ti” é daquelas coisas que faz qualquer pessoa feliz. Saber que se é bom em alguma coisa, é a melhor coisa que se pode saber. Saber que alguém gosta de nós, que alguém se importa connosco, que alguém está com atenção ao que fazemos e ao que dizemos e sentimos é das melhores sensações do mundo.
Mas melhor que isso só mesmo ter orgulho em nós próprios. Nem sempre reconhecemos que somos bons em algo, muitas vezes não nos orgulhamos de nós próprios e isso deita-nos a baixo. Mas vai haver um dia, como hoje, em que alguém vai dizer “Orgulho-me de ti! Tu tens mais do que motivos para te orgulhares do que és”.
É nessa altura que vais olhar para tudo aquilo que fizeste, e vais perceber que em cada acção que tomas, em cada frase que dizes colocas um bocado de ti sem te aperceberes. E vais perceber que afinal tens mesmo motivos para te orgulhares de ti, nem que seja porque já ajudaste alguém ou porque, todos os dias, consegues fazer alguém feliz.
Há motivos e motivos pelos quais te podes orgulhar. Podes não ser bonita, podes não ser a melhor pessoa do mundo, mas tens qualidades. E tens de te orgulhar dessas qualidades. Por exemplo, eu orgulho-me de fazer voluntariado, orgulho-me de ser uma pessoa diversificada porque me interesso por milhares de coisas, porque faço imensas coisas.
Se não te orgulhares de ti, fala com alguém porque essa pessoa vai-te abrir os olhos como fizeram comigo. Acorda, e não te esqueças que fazes sempre algo de bom por mais que o dia te pareça mau.
Orgulha-te daquilo que és, mostra aquilo que és, vais perceber que existem pessoas que não gostam de ti e vais perceber que existem pessoas que te adoram. Existem os dois lados, mas não são eles que cometem os actos por ti, és apenas tu.
E mais uma coisa, orgulha-te por seres única, orgulha-te por seres diferente, por dizerem que és diferente. E se disserem que és uma pessoa estranha, não ligues, só mostra que és diferente. E ser diferente é a melhor coisa que existe!
Orgulha-te por tudo e mais alguma coisa mas depois assenta os pés na terra, porque a vida não és só tu e também tens de te orgulhar dos outros.


(dedicado à minha irmã...)

sem palavras...

Sento-me à beira-mar, a pensar...
A pensar em tudo e em nada
Naquilo que quero e naquilo que não quero
A que conclusão chego?
A nenhuma talvez...
Pois, neste momento, penso e sinto tudo...
Nada sei, nem quem sou nem o que faço aqui
Olha para a linha do horizonte
E nada vejo...
Nada imagino...
Que é feito de mim?
Que é feito daquela pessoa que todos os dias sorria?
Talvez tenha desaparecido...
Que é feito daquele sorriso que iluminava a minha vida?
Desta vez olho para as minhas mãos, para o meu corpo
Cobertos de água...
Água que purifica, que liberta aquilo que sou
Que nem eu própria sei o que é
Levanto-me. Não sei para onde me dirigo
Mas não paro! Não paro nunca...
Pois parar é morrer...

Realidade

Nem sempre a realidade que nos é mostrada é aquela que desejamos.
Fazemos de tudo para que as coisas corram como queremos, mas no final nada do que queremos acontece. Tornamo-nos, então, em algo que nem nós próprios sabemos o que é. Apenas sabemos que nos está a destruir e a deitar abaixo tudo quanto tínhamos até então.
Esta realidade que nos surge faz-nos pensar nas situações de uma forma diferente, de um prisma diferente. Esta realidade transforma-nos noutra pessoa, apesar de possuir os mesmos ideais e vallores. O que mudou então?
Muda a prespectiva relativamente àquela realidade. No geral, tudo se mantém, menos a nossa capacidade de nos curarmos. Cada vez que uma realidade provoca a nossa destruição, a nossa capacidade de lutar, de não desistir, de provar que somos melhores diminui. E é nesta altura que algo morre.
Esta parte morreu, mas nesse mesmo instante começou a formar-se outra... esta parte que morreu nunca mais volta, porque é algo que foi transformado em cinza, que acaba por voar com o vento. Este pedaço teve a sua importância, mas nada sobrevive eternamente, tudo morre, tudo se transforma.
Uma parte de mim morreu, mas outra acaba de nascer para mostrar que podemos fazer sempre algo para melhorar aquilo que achamos que está mal, para mudarmos aquilo que criticamos...

Pensamentos

Fazemos tantas asneiras, que à mínima coisa que fazemos, que até pensamos não ser nada de grave, somos tratados como se fosse a coisa mais grave do mundo.
Somos injustiçados, mas também a culpa é nossa. É assim que aprendemos com os nossos erros, é assim que ultrapassamos determinadas coisas e nos tornamos imunes a outras.
A injustiça nem sempre é a melhor coisa do mundo, mas há que ver o seu lado positivo. Errámos, é verdade, mas também crescemos e tornamo-nos mais fortes.
Aquilo que antigamente éramos, uma mera gelatina, que ao mínimo toque tremia toda, e que se destruía pela mínima tristeza por que passava, transforma-se numa rocha que por mais pontapés que lhe dêem não se destrói.
No final percebemos que tudo ocorre por alguma razão, e não por mero acaso…
Sabemos também que vai voltar a acontecer, por mais que fujamos disso, e nada que façamos pode alterar isso.
Ultrapassamos mais do que gostaríamos, mas a vida é assim. A vida não é como um conto de fadas, em que no fim todos acabam felizes para sempre. A vida é uma realidade cruel e fria, em que tudo acontece por alguma razão, e em que não existem destinos nem nada dessas parvoíces. Ninguém vive feliz para sempre.
Não existem coisas perfeitas, pessoas perfeitas, cada um é como é. Nada é perfeito, tudo é diferente, tudo especial, tudo único.
Mesmo assim, as pessoas mudam, transformam-se, às vezes para pior outras vezes para melhor, mas nunca param de se transformar, porque mudar é bom, faz-nos bem, faz-nos crescer, amadurecer e melhorar certos aspectos que não eram tão perfeitos como gostaríamos, apesar de ser aliciante alcançar a perfeição.
Ser perfeito talvez seja aquilo que todos desejam ser. Mas será assim tão interessante? Será que aquilo que nos torna únicos não será precisamente o sermos imperfeitos, o sermos diferentes?

Lágrimas

As lágrimas caem-nos como se fossem meras gotas de água sem importância nenhuma, como se uma torneira tivesse ficado aberta e nesse momento estivesse a pingar…
Mas elas significam muito mais…podem significar alegria e felicidade, mas na maioria das vezes apenas significam tristeza ou desilusão…
Esse cair de gotas de água que nos faz sentir tão bem pois sentimo-nos aliviados, é como se um peso tivesse desaparecido das nossas costas… mas será que o motivo pelo qual choramos não pesará mais na balança do que o peso que saí das nossas costas?
Para além disso, nem sempre conseguimos chorar, e isso só nos faz sentir pior…pois para além de estarmos tristes e desiludidos com algo, nem de um determinado peso nos conseguimos livrar…porque será que isto acontece? Porque será que quando desejamos chorar não o conseguimos fazer? Parece que estamos presos, e que nada se liberta…
Queremos chorar, pois sentimo-nos angustiados, como se de um momento para o outro fossemos vomitar tudo aquilo que está entalado no nosso pescoço. Mas isso não acontece, pois não choramos, não falamos, não desabafamos, não gritamos… Não há maneira de vomitar aquilo que queremos seja de que forma for… e isso só piora, e vai piorando, até á altura em que nada vai aguentar… Nenhum telhado se mantém se for de vidro…
É nessa altura que chega o momento, o momento em que nos libertamos, em que descarregamos tudo, e que não nos importa quem se põe à frente do nosso caminho… tudo vai connosco, sem ligarmos se magoamos essas pessoas ou não, queremos é libertar-nos, e vomitarmos.
Esse vómito é tóxico para a maioria das pessoas, mas o que nos importa a nós? Mantivemos esse vómito durante demasiado tempo, e não o conseguimos nem o queremos manter mais. Chorar faz bem, libertar aquilo que se encontra cá dentro ainda melhor…